sexta-feira, 10 de junho de 2011

Idéias, criatividade e brincar de ser deus

Esse frio tá foda. Queria um chuveiro que me lavasse sem me molhar e um banheiro menos gelado. Como?
Até onde posso seguir fazendo o que realmente importa? (no bom e velho érreagaês, “fazendo a diferença?”)
Hoje em dia ouço falar muito em inovar, ousar, etc e vejo exatamente o contrário...pessoas quadradas vivendo no seu mundinho cartesiano.
Outro dia parei pra observar as crianças. Como são feras! Na infância nem precisamos de álcool (ou qualquer coisa de sua preferência) pra dar uma lubrificada nas idéias. Acho fantástico quando elas simplesmente não aceitam o “não” como resposta (talvez quando for a minha vez de ser questionado eu não me empolgue tanto assim, vai saber).
E à medida que elas vão crescendo, a gente MATA toda essa criatividade (que um dia também já existiu em nós) ensinando todos os porquês e que um mais um vai ser sempre dois. Na escola aprendem que as coisas têm uma só resposta (aquela que fica no final do livro) e ponto. Pra mim isso é ainda mais evidente pelo fato de ser engenheiro (eu sei, ninguém é perfeito), porque vivi num ambiente mais quadrado ainda. Mas acho que nem fiquei tão zuado depois disso, pois acreditem, com curso sinistro do jeito que é e a escassez de mulher na turma somada à quantidade de criaturas amigos bizarros certamente tinha que resultar em terapia (ainda não precisei).
Com tudo isso, chega a ser, no mínimo, contraditório ser cobrado pra fazer diferente. Tô errado? (ou tá tudo errado???)
Agora, olha só este tiozinho. Seu nome é Theo Jansen, um holandês de sessenta e poucos anos. Sobre sua ocupação, ele mesmo diz: “eu tento criar novas formas de vida. Isso me ocupa 24h por dia”.



"The walls between art and engineering exist only in our minds."

Num primeiro momento, você pode até pensar “esse cara tá de brincadeira” ou “pra que fazer isso?”.
É justamente com essa liberdade de pensamento e propósito que essas pessoas podem influenciar o que existe ao seu redor. Leonardo da Vinci criou um monte de coisa que estavam ainda longe de existir na época. A cabeça dessas pessoas é livre. Tem sonhos, como as crianças.
Essa é a quebra de paradigma que extrapola a falta de conteúdo e o modismo de falar “vamos inovar”, é o agir fora da caixa e realmente transformar o mundo para que este nos sirva, e não o contrário.
Será que conseguimos ser um pouco assim? Fazer o outro caminho depois do trabalho, uma coisa nova no fim de semana, tomar café com a mão esquerda, ler o capítulo 3 primeiro e depois começar o livro desde o início, trocar um velho hábito por um novo e melhor. Enfim, desatrofiar e desafiar as nossas idéias.
O mundo hoje precisa de menos gênios e mais loucos.
Portanto, sem cortar as asinhas da geração que irá cuidar da gente, ok?
Ta bom, hoje acordei meio viajandão. Normal.
Bon weekend!

PS: Theo Jansen também participou de uma palestra no TED. Lá tem muito material e idéia bacana. Boa pedida pra esses dias de bastante vinho e cobertor. Ficadica.

Um comentário:

  1. Salve Furleto,

    Como você sabe, gosto um pouco do tema inovação (tanto que dei um jeito de fazer disso meu ganha pão). E agora, com a chegada da pequena Luiza, tenho a difícil missão de educar "sem cortar as asinhas". Para quem gosta do tema, segue um vídeo muito bom:

    http://www.youtube.com/watch?v=zDZFcDGpL4U

    Abraço,

    Daniel

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