segunda-feira, 25 de julho de 2011

Lá no interiÔr

Esse blog já tá criando teia de aranha. Credo.
Estou com o ombro operado. Daí o fato de não escrever. Aliás até já falei disso aqui...faz uns dias que ganhei uns pinos de titânio (acho que agora devo estar valendo alguma coisa, certo?).

olha o estrago...

Pois bem...como é cumpricado ter só um braço (e digitar só com uma mão!). Mãe e namorada nessas horas ajudaram muito.
Pra não ficar tão chateado, meu alento foi um camarada que caiu numa fogueira (?) e queimou os dois braços, ficando com as duas mãos enfaixadas e inutilizáveis. Bunito né? Até pra limpar a bunda ele precisa da ajuda da mãe...tadinho.
Enfim, to tentando me acostumar com essa vida de semi-aleijado e ficar parado (coisa que não consigo).
Logo depois da cirurgia, fiquei uns dias em Black River. Cidadezinha da boa essa....no inverno então, delícia. Bem diferente da colônia de férias do capeta que ela vira quando ta calor...
Eu sei que sou caipira mesmo. Não escondo. E gosto de lá.
Foi numa manhã dessas (uma terça-feira acho) que acordei, enchi uma xícara com o café da mãe e saí no portão pra encontrá-la, ela estava aguando as plantas e lavando a calçada.

“Bom dia mãe!”

“Bom dia meu querido!”

(Já perceberam que certos “bom dias” realmente deixam nosso dia melhor?)

E ali fiquei. Parado, de bermuda e chinelo, experimentando um solzinho tímido de inverno. 
Dois minutos se passaram e apareceu um tiozinho na minha frente, com um espelho na mão. Como se eu fosse seu amigo, chegou falando do espelho, que conseguiu numa construção “lá na rua de baixo” e que a dona da obra, uma advogada muito gente fina, deu autorização pra ele pegar algumas coisas pois uma parede ia ser derrubada etc e tal. Fiquei sabendo que ele teve herpes no rosto e que foi difícil curar. Até a feição dos médicos perante o caso ele descreveu. Ofereceu-me um elástico de exercício pro ombro, pra quando eu puder movimentá-lo novamente, pra passar na casa dele e pegar a parada. E se não estivesse lá, era só conversar com sua mãe. Mas pra não chegar perto do almoço, pois o café não estaria fresco, ou corria até mesmo o risco de não ter café.

Assim fiquei alguns minutos, sem dizer uma palavra praquele cara que acabava de conhecer e já era meu amigo.
Achei o máximo suas histórias e fiquei pensando no fato das pessoas não se importarem umas com as outras e como o mundo seria um lugar bem melhor se apenas acontecesse o contrário.
Parece simples, né?
Tem coisas que só acontece no interior mesmo...

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